“Cada um é filho de suas obras” (I, IV, 41)
“Pelo dedo se conhece o gigante” (I, IV, 42)
“Pior fora ainda o perigo de se fazer poeta, que, segundo dizem, é enfermidade incurável e pegadiça” (I, VI, 50)
“O que hoje se perde amanhã se ganha” (I, VII, 52)
“Muitos vão buscar lã e vêm tosquiados” (I, VII, 53)
“Quem mais se humilha mais se exalta” (I, XI, 65)
“Nem todas as formosuras cativam; algumas alegram a vista, sem renderem as vontades. Se todas as belezas enamorassem e rendessem, seria um andarem as vontades confusas e desencaminhadas, sem saberem em que haviam de parar; porque, sendo infinitos os objetos formosos, infinitos haviam de ser os desejos; e, segundo eu tenho ouvido dizer, o verdadeiro amor não se divide, e deve ser voluntário” (I, XIV, 81)
“Muito mais se há de estimar um dente que um diamante” (I,XVIII, 102)
“Era uma vez...o que era; se for bem, para todos seja; se mal, para quem o buscar” (I, XX, 109)
“Natural condição de mulheres – disse Dom Quixote – desdenhar a quem lhes quer, e amar a quem as aborrece” (I, XX, 110)
“Quem bem ama, bem castiga” (I, XX, 113)
“Quem canta seus males espanta (...) Quem uma vez canta toda a vida chora” (I, XXII, 122)
“As desventuras vem sempre na cola do talento” (I, XXII, 125).
“Nos moços o amor quase nunca o é; é sim um apetite, que, por se não endereçar senão ao deleite, apenas o obtém, logo diminui e acaba. São estes uns limites postos pela própria natureza aos falsos amores; os verdadeiros seguem outra regra; este duram sempre” (I,XXIV, 136)
“Toda honra das mulheres consiste na boa opinião em que são tidas” (I, XXXIII, 195)
“- Então – disse Camila – tudo que sai da boca a poetas namorados se há de logo ter por verdade?
- Como poetas não a dizem – respondeu Lotário -, mas como namorados nunca a chegam a dizer inteira.” (I, XXXIV, 203)
“Dar depressa é dar duas vezes (...) o que pouco custa pouco se estima (...) perde a ocasião perde a ventura” (I, XXXIV, 204)
“A virtude mais é perseguida pelos maus do que amada pelos bons” (I, XLVII, 279)
“Onde reina a inveja, não pode viver a virtude, nem onde há escassez, a liberalidade” ((I, XLVII, 281)
“Antes imagino que tudo é ficção, fábula e mentira, e sonhos contados por homens despertos, ou para melhor dizer, meio adormecidos” (II, I, 318)
“Onde a virtude estiver em grau eminente, verás que é perseguida” (II, II, 322)
“Há dois caminhos por onde os homens podem chegar a ser ricos e considerados: um é o das letras, o outro o das armas” (II, VI, 336)
“Nesta amarga soledade em que me deixas” (II, X, 347)
“A arte não vence a natureza, mas aperfeiçoa-a; de forma que a natureza e a arte, mescladas, produzirão um perfeitíssimo poeta” (II, XVI, 373)
“Quem dá o mal dá o remédio” (II,XIX, 387)
“O boi solto lambe-se todo” (II, XXII, 399)
“Quanto maior é o coração dum homem, maior é a sua valentia” (II, XXIII, 404)
“Quem lê muito e viaja muito muito vê e muito sabe” (II, XXV, 415)
“Quem não pode ser ofendido a ninguém pode ofender” (II, XXXII, 441)
“A maior loucura que pode fazer um homem nesta vida é deixar-se morrer sem mais, sem ninguém nos matar, nem darem cabo de nós outras mãos que não sejam as da melancolia” (II, LXXIV, 602)
CERVANTES DE SAAVEDRA, Miguel de. Dom Quixote de La Mancha. Trad. por: Viscondes de Castilho e Azevedo. São Paulo : Abril, 1981.
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